quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Un femme est un femme

Inacreditável! Para falar a verdade eu só tinha ouvido falar de Godard por conta daquela música do Legião "... mas a Mônica queria ver um filme de Godard..." e sinto muitíssimo. Imaginei claro que seria algo extremamente elitista, mas graças a Deus, eu sou curiosa e amante do cinema disposta a ver de tudo pelo simples prazer de conhecer. Uma mulher é uma mulher, mas Anna Karina é uma musa, uma deusa, eu quero ela pra mim! Já tinha visto outros filmes do Godard com ela ( pois comecei minha aventura assistindo Viver a Vida ) e já tinha ficado , qual seria a palavra, transtornada, acho que explica, mas para este filme não existem palavras possíveis porque ele é colorido, os figurinos são incríveis, ela é dançarina de strip-tease e está -como ela mesma nos diz - très belle.
Isso em si já é um motivo para ver o filme, mas tem mais minha gente, tem muito mais. O filme rompe com todas as caretices, usa um recurso que o Brecht criou no teatro, mas eu achei muitíssimo mais interessante no cinema ( aquele lance do ator deixar de ser personagem na sua fuça), a trilha meus queridos, a trilha é enlouquecedora pois o filme tem momentos de silêncio/momentos de música/silêncio no melhor estilo fragmentado que já existiu. Enfim, não aguento mais é lindo, é lindo! Eu faço campanha, se você ama cinema, por favor veja. Com respeito ao tempo, com tranquilidade, com atenção e amor." Eu não sei se isso é uma comédia, um tragédia, mas com certeza é uma obra-prima". Essa frase queridos, quem nos diz é o próprio filme. Agora chega, declarei: Eu AMO os filmes de Godard.

A peripécia de hoje fui eu que fiz, quem ainda não viu, fique à vontade: http://www.youtube.com/watch?v=5fyZoCvqIQg

A poesia, eu deixo com o filme de Godard e a piscadela de olho de Anna Karina pois isso já basta pra se viver

Muitos beijos!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A obra de arte

Assisti Bastardos Inglórios e fiquei muito feliz. Cenas incríveis, tensas, hilárias e impressionantes. Portanto resolvi visitar todos os Tarantinos, verdadeiras jóias, pois pra mim filmes são mais caros que sapatos, bolsas e coisas afins. E isso não quer dizer que eu também não seja uma louca por sapatos, apenas os filmes importam mais. Quando o diretor chega em um patamar de liberdade pra matar o Hitler metralhado, principalmente quando ele já é rico e famoso e não precisa mais ir de encontro a nada pra continuar rico e famoso e bláblábla eu acho demais. Outro dia conversando com meu amigo Lorão que voltou do Japão a pouco ele me disse: "Lá as coisas funcionam e não tem essa miséria que tem aqui. Não me dava vontade de fazer arte. Pra que fazer arte ali? Aqui eu tenho tesão de fazer essas paradas pra ver se a gente muda alguma coisa". Então o pensamento do meu amigo bate certinho com o meu, eu não nego a arte pela arte, sem intenção de nada além da beleza, principalmente se essa beleza conseguir te tocar, mas eu não me comunico com essa arte porque ela não muda nada e não me dá tesão. Então meus amigos, três vivas! Ao Tarantino, ao lorão e a arte que transforma!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Pela tua beleza que se curva

Ante maior Beleza que te vence, pelo nosso valor adivinhando

entre tuas mentiras a Verdade,

Não te choramos!

Dar-nos-á o mundo,

depois do velho reino, outro reinado,

Pã é morto!

O mundo deixa além as fantasias

Que em sua juventude, o embalaram

E as fábulas mais belas e mais vivas

Tolas parecem em face da verdade.

De Febo o carro terminou o curso!

olhai de frente o sol, olhai, poetas!

E Pã

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

a pobre vítima

eu perdi o sentimento que me dominava quando pensei vou escrever no meu blog sobre isso , sobre o desprezo, foi isso, agora me veio. Era sobre o desprezo que sinto de mim. Todos os dias de 10 as 16h. E é desprezo de que? Das pessoas. Das pessoas me beijando ou me batendo durante o dia de 10 as 16h. Tem gente que eu gosto, gosto mesmo, inacreditável. Tem gente que eu não suporto. Eu não suporto como eu fico perto delas. Eu não me suporto perto delas, parece que eu vou escorrer pelo chão, mas eu fico só com cara de ameba, de sanduíche, de tudo, de Lilian, de nirley, de qualquer porra que não sou eu, que nao é minha essencia e aí logicamente eu fico adoecendo. Mas mediante a miséria humana não posso usar isso como desculpa. Desprezo logicamente a mim, que continuo lá, que me agarro lá com unhas e dentes, como se fosse a minha única saída, como se fosse a minha salvação. O pensamento é medíocre assim, é tipo " pelo menos eu fui bancária", porque há um orgulho em ser bancária que vem da minha mãe. Porque me orgulho da bancária que ela é. Mas gostaria que ela saísse pra ser outra coisa que não profissão. Sinto alegria no teatro. Eu me sinto feliz lá. Eu me sinto triste também, nos permitimos mais liberdade, as coisas não são tão importantes assim. Li " A prostituta respeitosa" do Sartre, com um pouco de medo de ler alguma coisa do Sartre, e surtei. Estou assim tomada por sentimentos de amores. Amores voadores helicoptores. E o clip novo da Madonna me deixou louca, me deixou loucaaaaaaaaaaa

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O dia 09/09/2009

Nove do nove do 2009 vale a pena ser escrito? O dia invertido é um 666 sem dúvidas. Amanheceu ok, iludindo a gente porque o diabo é bicho que ilude. Então acometida pelas influências malígnas fui tomada por reações de baixo escalão- fiquei puta mesmo- e esculachei, esbravejei, respondi aos meus superiores hierárquicos com arrogância em alto e péssimo tom. Odeio superiores hierárquicos. Odeio superiores. Enquanto caminhava me alimentado de tudo que há de ruim no mundo, senti uma poderosa energia me dominando fazendo com que me sentisse viva e dona de mim e fui, por assim dizer, feito uma capota tirar satisfações com meu chefe. Foi um inferno. E quando o cão já estava lá babando de satisfação apareceu um anjo. O anjo veio com um presente assim, irrepreensível compreende? Ele veio com um livro. Não tem belzebu que me afaste de um livro entende? Por isso eu fui pro teatro sem hesitação. Porque lá meu amigo, no tablado não tem cão que aguente, lá a gente expurga todos os demônios, a gente manda eles infernizarem em outro estabelecimento e deixar a pobre da alma da gente em paz. E aí chegou o esqueleto da minha música, só o esqueleto que Hades só liberou isso no dia dele, mas eu já tinha entendido e esperei o dia acabar pra ouvir, só pra garantir do carcará não se intrometer de novo no que não deve.
A peripécia e a poesia de hoje eu deixo com a Madonna no vídeo What It fells like for a Girl, direção de Guy Ritchie que já é suficiente por esse dia, vamos dizer assim, especial ( Que já me basta de stress com o cão).

sábado, 22 de agosto de 2009

Feliz Aniversário

Que te proteja e te ilumine
Deus e Deusa são possíveis em alguma dimensão
Muitas vezes eu pego a lua no flara em pleno dia paquerando com o Sol
e todo mundo pensa
a luz dela é mais fraca e é ela que sempre aparece durante o dia
ninguem pensa que é porque a luz do sol pega todo o espaço
que ele pode estar chegando no meio da noite
e brilhando com sua luz normal
e ela está lá desaparecida
no horário dela
mas tudo bem visto que ela faria qualquer coisa pelo sol
a lua é uma coisa meio misturada
de noite
e a gente na verdade não tem idéia do que é dia e noite entre eles

sábado, 15 de agosto de 2009

Dia de cores

Ninguém entendeu porque eu quis ficar em casa. Um dia lindo de sol desses no Rio de Janeiro! Ainda mais depois de tantos dias frios. É que eu to muito feliz em casa. Eu abri as janelas e portas e me vesti com sainha leve, fiz um café, vou comer sorvete já já. Tem sol pela casa toda. A poesia de hoje esta no próprio dia

- Acordou e foi pra praia andar de vermelho, bem cedo, com uma câmera atrás para aprisionar o tempo. Compôs uma música. Estudou direito. Trabalhou. Discutiu sobre o mito de Don Juan com pessoas interessantíssimas. Pensou: será que quando Salvador Dali se encontrava com os artistas de seu tempo era assim? -

Não tenho problemas com a palavra pretender, ou que me achem pretensiosa. Sempre pretendo algo. Tenho o dom de realizar a maioria de minhas pretensões. Mas só a vida vai dizer.
Estou tentando praticar atos de bondade amorosa. "Pois sempre dependi da bondade alheia" frase de Blanche Dubois, da peça A Streetcar Named Desire , personagem que eu mais amaria fazer na vida. O filme que indico hoje é esse mesmo, que no Brasil vem com o nome de "Uma Rua Chamada Pecado". Pecado mesmo está o Marlon Brando. e a atuação de Vivien Leigh que dispensa comentários.

Peripécia do dia: Deixar fluir a comunicação francês-português entre livrinhos e línguas.

Poesia do dia:

Diálogo com um distinto rapaz

Ela passa correndo pelo corredor e avista ele do quarto
- Vem me levar no banheiro?
Ele olha desconfiado, demora a responder, pensa, fala:
- Eu não.
Ela fica decepcionada, quase chora, é dramática.
-Ué, mas por quê você não quer me levar no banheiro?
O olho dele vai de um canto a outro, pára, pensa, atira.
- Te levar... eu entendi você dizendo pra eu te lavar. É por aqui.

( João, o mais gentil dos meninos de 3 anos de idade que já conduziu uma garota de 27 ao banheiro.)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eu não sabia que a gente estava jogando o jogo do olho

Pós Festival Chaplin, a peça Adubo duas vezes , o Bebê de Rosemary e um francês très romantique venho ao vosso reino tecer os comentários e considerações.
O Chaplin era mesmo incrível, vi uma série com vários curtas e um longa muito engraçado: O Garoto. Vale a pena se for de tarde e você quiser uma coisa leve. Na minha opinião ver um clássico sempre melhora nossa alma. Se bem que emendando com outro filme " O Bebê de Rosemary" não sei se essa máxima se aplica sem excessões. Eu tive pesadelos horríveis e claro o filme passa péssimas e infundadas informações sobre a bruxaria e ajuda a manter o mito de que bruxaria tem alguma coisa a ver com culto ao demônio. Mas vale ver porque tem umas sacadas de direção incríveis e bem, prende a atenção enquanto filme de suspense. Mas eu sou simpática a religião da natureza, conhecida como bruxaria e que não tem nada a ver com culto ao demônio, e foi tudo distorcido pelo filme inclusive nas citações de rituais antigos, então, sei lá, prefiro ver o Chaplin.
A peça Adubo foi uma das experiências mais interessantes que eu já tive no teatro, comparável só com Alice do grupo Armazém, em que o teto descia pra dar a impressão que a gente aumentava de tamanho junto com a Alice. E nisso sou supeita de comparar pois amo a história de Alice mais do que sorvete de chocolate. Agora Adubo fala sobre a morte e sobre Deus e o homem. Então eles já arrasam no assunto, que interessa a qualquer ser humano, independente de qualquer crença ou coisa que o valha e pra completar os caras fazem teatro bem pra caralho! Teatro no melhor sentido da palavra, que te arrepia, que no final você fica aplaudindo por muito tempo porque partilhou de uma experiência em conjunto. E há uma ovação real, ( não aquela que as pessoas fazem polidamente por uma espécie de consenso hipócrita) e dá orgulho de ser colega de profissão de gente assim. E tenho dito.

Peripécia do dia: fofocar pra vocês que a frase de título é do francês. Kiakiakia.

Poesia do dia: minhaminhaminha

Hoje um homem me lembrou meu pai

Hoje ele chegou e pediu uma coisa simples, rápida
mas não sei porque

demorou
demorou

e ele ficou mais tempo que o de costume
e desandou a chorar
tinha uns cinquenta e cinco
tomava remédios
o médico disse que ele era bipolar
-sou do tempo que homem não podia chorar
meu irmão sempre chorava
uma vez eu chorei numa discussão de trabalho
sabe o que fizeram comigo?
me demitiram-
e chorou mais
depois riu
prefiria coisas que não eram sinceras mas lhe davam prazer
do que coisas sinceras que não lhe davam
depois ficou triste
as mulheres são sinceras
o homem mente
principalmente se a mulher for muito bonita
olhou pra baixo
chorou
esse fim de semana é dia dos pais
-sim, eles vem
as vezes a gente tá super feliz e começa a chorar
eu choro.
sorriu


ele era meu pai numa noite antiga
chorando, me abraçando e falando:
Filha, a gente nunca deve ter vergonha de chorar!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A potência de Moliére

Hoje vi o filme "As Aventuras de Moliére" que conta um pouco da época em que ele escreveu Tartufo. Lembrei do Arnaldo- professor de literatura dramática da Cal -dizendo: Moliére foi pobre, preso por dívidas, depois saiu pela França com sua trupe encenando farsas, até ficar famoso com suas comédias. Emendou com o workshop de vídeo que estou fazendo com o Amâncio onde hoje fui para o paredão e ele me disse" Você não tem convicção. Você tem brilho nos dois lados, mas eu te vejo fugindo do brilho."
Aqui pensando com meus botões, eu não vou nem pra agressividade verdadeira, nem para a fragilidade total porque não fiz até hoje a escolha, eu ainda não dei meu pulo, eu vivo no meio termo, onde não se fracassa, nem se tem sucesso. O lugar da medíocridade. Eu tenho um medo desgraçado de fracassar. Eu tive coragem para vir ou eu tive medo de ficar? No fim dá tudo no mesmo. A potência de Moliére apareceu porque ele se revelou. Escolheu a profissão de representar "que é da ordem da sensibilidade e não das aparências". Ser artista é uma sentença. Não tem que ser legal.
Peripécia do dia: Moliére pergunta para sua amada " Como vou fazer rir com o que me faz chorar? Esse gênero de comédia não existe" " Pois então, invente-o" .

Poesia do dia: minha

Peripécia e Poesia

Eu continuo vendo?
Dizem que meus olhos não brilham mais
Onde foi que eu perdi o brilho?
Foi quando eu me perdi no quê?
A trajetória de cada um é de acordo com sua ambição
Sua ambição é grande?
Parece que ter ambição é pecado
Não pode ser uma coisa boa?
Não pode ser divino ser ambicioso? O mais ambicioso de todos não foi Deus?
I speak inglish
O que eu lamento?
Eu amo cinema
Eu amo filmes
Eu não gosto deles- eu os amo
Sou da sociedade do espetáculo
A imagem que nega a realidade e cria outra para si
O artista existe recriando a realidade
Pois o que todos ambicionam secretamente é ser Deus
Um médico
aquele que retarda
Aquele que diz o que é a lei
Um juiz que decide a vida de alguém
Uma mulher com A
Não se dê tanta importância
Seu temperamento aparece
E daí?
Eu não sou uma azeitona
Meu temperamento aparece
As divas eram todas temperamentais
Todas elas
Me mostre uma diva leve
E te mostrarei que ela nunca foi diva
Di-va
Deusa
Eu não ligo pra reforma ortográfica
Neste ponto sou absolutamente velha
Não me interessa escrever diferente
Are you in?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Control

Quero falar sobre o filme Control, direção de Anton Corbijn- de quem eu nunca tinha ouvido falar- que conta a trajetória do Joy Division . Gostei e recomendo o filme por quatro motivos: a linguagem cinematográfica maravilhosa, a poesia, a música e pelo meu amigo Valentin. Os três primeiros motivos, basta pegar o filme que você confere, mas o Valentin não é pra todo mundo não. Ele se assemelha muito ao ator que interpreta o Ian no filme, um cara raríssimo de natureza misteriosa, dotado de uma calmaria que causa estranheza, desconcerta , e promove pensamentos mil. Acho que esse tipo de pessoa, que vem pro mundo e percebe com tristeza toda a natureza destrutiva do humano, quase que se torna um corifeu, um distanciado de tudo, veja bem, um poeta. Ele é tão sensível a tudo, que te provoca interesse, pois ou eles mudam o universo que habitam, ou eles se matam, ou como no caso do Ian, fazem os dois. Eles são secos, reflexivos e absolutamente lindos. É um filme genuíno, preto e branco e triste. Você engole como um remédio. Meu querido Valentin desejo de coração que continue por aqui um tempão e que quando morrer, seja feito brisa.

Peripécia do dia: o Chandler que acusou o Michael Jackson de abuso sexual há 13 anos atrás, vir na mídia agora que Jackson morreu, dizer para o mundo que era tudo mentira, e que o Michael sempre foi inocente... Te cuida hein Chandler, se eu te pego eu mato.

Poesia do dia: claro, do Joy Division

"People like you find it easy, naked to see, walking on air. Hunting by the rivers, through the streets, every corner abandoned too soon, set down with due care. Don't walk away in silence, don't walk away"

sábado, 27 de junho de 2009

Michael Jackson - parte dois

O mundo todo está falando sobre Michael Jackson e ontem fui tomar um café e estavam falando sobre o Michael Jackson. E todo mundo me ligou, mandou mensagem, uma comoção mundial. Nossa senhora que poder a mídia tem! Manipula a opinião das pessoas em um segundo. É que é completamente diferente pra um fan de Michael Jackson, que tinha que agir quase de forma clandestina, " pois é eu curto" e se preparar pra ser zoado, criticado, questionado, agora ver essa mudança, dá um certo nojo. O alcance do cara! Ele alcançou a mim que nasci em Crateús, uma cidade do sertão do Ceará, onde a maior comunicação com o mundo que eu tinha se dava via rede Globo e onde nós não tínhamos acesso a quase nada de cultura, mas onde o Michael Jackson conseguia chegar. Isso era lá por 1984. Ele já era uma febre e já era polêmico. Mas naquela época era como agora, ele era muito mais idolatrado que qualquer coisa. Hoje em dia a gente tem a internet que abriu um leque de comunicação na humanidade e blá blá blá. Acabei de ver que organizaram Flash Mobs em Londres, Paris em homenagem a ele. Eu também tenho vontade de homenagear o Michael. Porque mesmo hoje que eu já sou bem grandinha e curto coisas completamente diversas, eu ainda acho ele um artista bom pra caralho, e a voz dele ainda me conforta. Parece que ele morrendo eu fiquei mais sozinha no mundo. Eu não ligo a mínima pra todas as idealizações e comentários hipócritas de quem sempre escrotizou com ele e agora de repente acha ele um gênio. Os gênios aparecem na humanidade de época em época. E a importância que eles tem reverberam por gerações. Porque eles vem pra mudar alguma coisa sempre de forma irreversível. Michael Jackson mudou muito mais do que a música. Ele foi meu primeiro amigo no mundo. E saber que ele morreu, dá uma tristeza bonita e carinhosa. Porque eu sei que ele é imortal pra milhões de pessoas. Ele trouxe magia pra minha infância. Ele me aproximou de amigos que são eternos. Ele conectou pessoas. Ele me salvou da apatia. Ele e claro a minha inocência. Acontece que há milhões de artistas que a globo mostra, mas você sempre tem a opção de fazer algo incrível com as oportunidades que vc tem. Ele sempre fez. Por isso sou fascinada por sua vida, por sua história, pelas coisas que ele fez. Por causa dele eu abri uma janela na alma, eu vislumbrei algo mais. Porque quando ele teve a chance de me alcançar lá em Crateús, ele o fez com música, amor e qualidade. Ele sempre vai brilhar pra mim.

Hoje, só tenho poesia e é dele, do Michael: Hold me/Lay your head lowly/Softly then boldly/Carry me there/I'm only a human/Lead me/Hold me/Love me and feed me/Kiss me and free me/ will feel blessed

Pra quem quiser conferir, esse é um trecho de Will you Be There, é do Album Dangerous ,1991, começa com uma sinfonia de Beethoven e é uma das músicas de mais amor que já ouvi na vida.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson

Então agora o mundo faz as pazes com Michael Jackson. Eu dou um suspiro demorado, encosto minhas costas em algo confortável e torço. Torço mesmo pra que agora ele seja só luz, que ele sempre foi um espírito de muita luz. Infinitamente. E que agora as pessoas começem a ler as coisas que ele escreveu, as coisas que ele disse, a ver seus vídeo-clips, assistir seus curtas e filmes, programas antigos de tv, apresentações ao vivo, seus shows, que as pessoas começem a ter conhecimento dos projetos humanitários que ele patrocinava, que saibam que na primeira acusação de abuso sexual ele fez um acordo, que na segunda ele foi inocentado, que ele quebrou todos os recordes e blá blá blá. Mas o que eu mais queria mesmo era que as pessoas ouvissem. Que se deitem, se sentem e ouçam.

Peripécia do dia: transformar a morte do artista que mais amei na vida um motivo para continuar trabalhando em prol da arte.

Poesia do dia: dele... " deixe-nos voar no infinito, além do céu, pois nós nascemos para nunca morrer, para viver em paz, para nunca chorar, para compartilhar nosso amor sem ter nada em vista..."

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Visão e interpretação

Sobre o sexo e o comportamento que se segue no pós quando não se trata de algo entre namorados, mas sim um casal -digamos assim fortuito- fico muito triste quando percebo que a idéia de igualdade entre homens e mulheres é completamente inovadora na sociedade. A idéia de que meu mérito como mulher não fica abalado se eu não colocar dificuldade alguma pra transar, quando penso sim eu agora nesse momento quero transar e isso é completamente diverso de eu ter ou não dignidade. E isso não quer dizer nada sobre mim. Não me diminui nem me deixa melhor. Apenas existem momentos para homens e mulheres em que os interesses divergem. As vezes eu quero que a coisa dure até chegar no sexo, as vezes eu quero o sexo somente, mas em ambas as partes eu quero respeito. Respeito pela minha vontade e a sua que é a mesma! Porque nesse mundo a vontade sexual da mulher ( puta que pariu) ainda é negativizada. E isso eu falo não é como quem asteia uma bandeira, mas com fatos, vividos na pele por assim dizer. Sobre moral e o que um pode e o outro não, gostaria de ter o direito ao foda-se porque o foda-se te liberta, mas na verdade eu prefiria uma gentileza dos homens, que eles pensassem "olha, que linda, ela se descobre a cada dia".

Peripécia do dia: sair linda, depois de constatar uma beleza de pessoa indo por água abaixo, afundando nos preconceitos milenares machistas.

Poesia do dia: da Cecília Meireles " eu aprendi com a vida me cortar e voltar sempre inteira"

terça-feira, 23 de junho de 2009

Gás lacrimogênio e balas de borracha

Hoje em laranjeiras teve guerra civil porque o governador aprovou uma licitação que diminui o número de vans transitando e nego foi pra frente do Palácio Guanabara protestar. O que me impressionou nem foi o motivo, foi a reação. A tropa de choque atirando bala de borracha nos civis, gás de pimenta e bombas. Sim, sim bombas. E as pessoas estavam lá ensanguentadas. E o cara que começa ajudando o companheiro daqui a pouco está correndo que é uma beleza. Eu achei engraçado, eu imaginei meu pai vendo a cena lá em casa e dizendo " vixi, esse ae correu, né besta". Eu mesma é que quero distância da Pinheiro Machado, dos motoristas chorando e jogando batatas com pregos, da tropa de choque dando choque pra tudo que é lado pra defender um governador que não pode ser incomodado em seu palácio. Toda essa forma de guerra que ainda não foi ultrapassada não me interessa. Não sabe dialogar, não desce pro play.

Peripécia de hoje: brincar de onde está Wally no comercial da vivo conectado

Poesia de hoje: fazer uma composição que vai pra rua com amor pra protestar.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Casamento

A minha avó é do tempo em que arrumavam o homem que vc ia casar e decidiam toda a porra da tua vida. Então ela que era muito diferente desse mundo decidiu que a vida dela era dela e fugiu com o homem que ela escolheu pra si. Acontece que eu ouvia quando criança que ela fugiu num cavalo com ele no meio da madrugada e eu sempre achei muito romântico. Eu imaginava ele batendo na janela na madrugada e ela subindo num cavalo branco . Depois eu descobri que na verdade eram dois cavalos porque ela foi no seu próprio pra não ficar com essas intimidades todas antes do casamento. Porque o casamento era o salvo-conduto da mulher, o seu passaporte, o seu bilhete de segurança " Olha sociedade, eu já casei, estou sob a proteção de um homem ". Bem e assim como o senhor oferece proteção ao vassalo, o vassalo deve obediência ao senhor e ela a Rita, foi parar numa casa no meio do nada no sertão. Devendo obediencia ao seu marido bastardo. Um dia eles foram pra cidade como ele tinha prometido e lá ele arrumou outra e começou a maltratar minha avó até que a abandonou com oito filhos . Eu cresci pensando em como alguém nesse mundo tinha conseguido perder o interesse pela Rita, linda, aquariana e muitíssimo dona de si. Essa parte da história eu não acho que um dia vá entender. Até porque quando eu nasci isso tudo já tinha rolado e ele era a escória da família. Só sei a minha avó é a mulher mais alegre que eu conheci. Acho que ela deve ser uma bruxa e nem sabe. As mulheres bruxas são lindas em sua natureza e sua felicidade não está no outro, mas nelas mesmas.

Peripécia do dia: ser modelo numa foto onde o sujeito é o movimento da água.
Poesia do dia: continuo com Beatles e o filme Across The Universe, direção de Julie Taymor e só musicão daqueles que acreditavam no amor.

sábado, 20 de junho de 2009

absolutamente

Não há silêncio nessa cidade. Um dia vou morar numa cabana na praia onde só exista natureza e amor. E alguma coisa que toque música. Estou ouvindo "Free is a Bird" e é minha preferida dos Beatles unicamente porque bateu mesmo no coração da primeira vez que ouvi. Lembrei agora do show do Oasis que fui recentemente, fui sozinha, naquele tipo de fidelidade ao que aprecio. No meio do show, expremida entre muitas pessoas mais altas do que eu, um gringo me chamou :"You can see better here" "No, not really" " You speak English? "I don´t speak English at all". Adoro expressões absolutas, elas te livram de qualquer prova, a partir do momento que digo de jeito nenhum, tudo que vier é lucro. Converso um pouquinho, dizendo desde o começo pra ninguém esperar nada e pronto: não há nada para provar. Que coisa covarde, acabo de constatar.
Descobri que as coisas absolutas são covardes e uma forma de não aprender mais. Lubridiar o outro. Eximir-se da responsabilidade do saber. Que absurdo! Absolutamente tenho que parar de fazer isso.

Peripécia do dia: ser a única caipira hippie no arraiá da Ana Carol.

Poesia do dia: dos Beatles...

"Free As A Bird/It's the next best thing to be free as a bird/Home, home and dry/ Like a homing bird I fly/as a bird on wings"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O dia dela

Estou lendo sobre A Cabala e quando começou a falar do livro de Adão já me causou um asco pois detesto todas as teorias que falam do início de tudo como Deus=homem= senhor . Mas continuo a ler para ter conhecimento de causa. A captadora de recursos não me atende no dia da reunião de patrocínio, portanto fumei cigarros brancos de menta. Abdiquei do preto, mas acho que retornarei pois este é muito doce. Pensei no virginiano que casou comigo por uma semana e depois sumiu, feito aqueles maridos que saem pra comprar um cigarro e nunca mais retornam.

Peripécia de hoje: criar um blog no Banco do Brasil entre o fechamento do balancete e o pedido do cartão do cliente.

Poesia de hoje: ficar feliz de ter tido um marido carinhoso e atencioso por uma semana e desejar ter mais, de hoje em diante terei sempre cigarros ao lado da cama pra ele não precisar ir buscar.

Adeus, viúva morta

Viúva morta, segue de preto cabelo escovado passa água de colônia passa batom vermelho ou violeta viúva morta, eu não te amo viúva m...