A minha avó é do tempo em que arrumavam o homem que vc ia casar e decidiam toda a porra da tua vida. Então ela que era muito diferente desse mundo decidiu que a vida dela era dela e fugiu com o homem que ela escolheu pra si. Acontece que eu ouvia quando criança que ela fugiu num cavalo com ele no meio da madrugada e eu sempre achei muito romântico. Eu imaginava ele batendo na janela na madrugada e ela subindo num cavalo branco . Depois eu descobri que na verdade eram dois cavalos porque ela foi no seu próprio pra não ficar com essas intimidades todas antes do casamento. Porque o casamento era o salvo-conduto da mulher, o seu passaporte, o seu bilhete de segurança " Olha sociedade, eu já casei, estou sob a proteção de um homem ". Bem e assim como o senhor oferece proteção ao vassalo, o vassalo deve obediência ao senhor e ela a Rita, foi parar numa casa no meio do nada no sertão. Devendo obediencia ao seu marido bastardo. Um dia eles foram pra cidade como ele tinha prometido e lá ele arrumou outra e começou a maltratar minha avó até que a abandonou com oito filhos . Eu cresci pensando em como alguém nesse mundo tinha conseguido perder o interesse pela Rita, linda, aquariana e muitíssimo dona de si. Essa parte da história eu não acho que um dia vá entender. Até porque quando eu nasci isso tudo já tinha rolado e ele era a escória da família. Só sei a minha avó é a mulher mais alegre que eu conheci. Acho que ela deve ser uma bruxa e nem sabe. As mulheres bruxas são lindas em sua natureza e sua felicidade não está no outro, mas nelas mesmas.
Peripécia do dia: ser modelo numa foto onde o sujeito é o movimento da água.
Poesia do dia: continuo com Beatles e o filme Across The Universe, direção de Julie Taymor e só musicão daqueles que acreditavam no amor.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
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