quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Amorzinho

 Acabei de ver Amorzinho, um conto de Tchekhov, no Glauce Rocha.  Eu sou Olenka. Eu necessito de um objeto de amor para viver.  Fiquei emocionada de ver o Lolô, um dos meus mestres queridos, lá em cima, vivendo vários personagens, criança e velha, não sei, ali em cima não existe idade, não existe sexo, o ator não tem idade. Acho que o mais importante dessa peça, dentre muita coisa, é que ela me tocou. E não é pra isso que teatro serve? Para nos tocar? Toque em alguém e cumprirá sua função. Até porque do texto do Tchekhov você sempre espera coisas bonitas, incompletas e com aquela cara dele em algum lugar que não sei explicar direito. Eu sou Olenka, eu rejuvenesço quando amo, fico radiante e o objeto do meu amor é tudo que interessa. E quando ele se vai, eu me sento numa cadeira olhando as estrelas e não consigo dormir como as galinhas. Eu sou Olenka, a neve é só a neve quando o amor não está ali. E não é assim com cada um de nós? Lindo gente, lindo.

Peripécia do dia: lidar com o chefe da empresa de advogados mantendo a longanimidade.
Poesia do dia: no palco do Glauce Rocha, por todos os lados.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Hoje


O sol está claro e forte lá fora, espero. Podemos nos curar de uma dor e voltar a ela sem consequências? Estudei que astrologicamente, estou passando pelo portal cinco e após meu aniversário entrarei no portal sete. O que significa mais ou menos que vou entrar numa caverna, de encontro com Deus. Como não sou nem leão, nem virgem, sou uma coisa cúspide, bem posso dizer que durante quase toda a vida fui muito mais leonina que qualquer outra coisa, mas de uns tempos pra cá quando leio meu horoscopo de leão, não tem nada a ver e quando leio virgem fico: ah tá, é mais por aqui hoje. Bom, o portal cinco é o portal das mudanças, e eu me mudei muito ultimamente, mas agora estou morando sozinha e essa instabilidade acabou ( pelo menos por algum tempo). É engraçado como a intensidade das coisas não tem realmente a ver com prazos. Você pode passar anos com uma pessoa e ela te atingir, e ficar pouco tempo com outra e ser arrebatada. Bom, talvez não completamente porque estou exercendo o autocontrole como posso. Para não enlouquecer. Sempre tive medo de ficar como uma vizinha que tinha quando era criança, que enlouqueceu de amor. Tantas dores no mundo, tantas mazelas piores, nem sei se meu caso clínico de amor se trata de uma mazela, mas acho que tudo que te deixa triste não deixa de ser uma mazela dos infernos. "Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida". Mais que saudade do amor, sinto saudade de companhia. E acho que sim, a idade muda a gente porque não tenho mais vontade de ficar, depois que vi como é ter alguém que te ama e te respeita, não aceito menos. Muitas coisas porém não são menos, são muito, mas
“muito pra mim é tão pouco, e pouco eu não quero mais”. E tenho dito.
Não fiz nenhuma peripécia hoje, quem dirá uma poesia.

Adeus, viúva morta

Viúva morta, segue de preto cabelo escovado passa água de colônia passa batom vermelho ou violeta viúva morta, eu não te amo viúva m...