segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A historinha de amor/horror de Maria Diocleciana

Maria Diocleciana quando era moça conheceu um rapaz gaúcho chamado Deodoro Raimundo e assim que o viu achou que ele era o homem mais convencido que já tinha encontrado; acontece que de noite Deodoro ligou pra Maria perguntando se ela queria sair, que ia uma turma e coisa e tal. Maria Diocleciana aprontou-se e foi. No encontro não tinha ninguém, só Deodoro que não fez nada a noite toda e ficaram sentados num banco da praça sem fazer nada até de manhã. No dia seguinte Maria Diocleciana deciciu que esse Deodoro era um frouxo e não queria mais saber dele não.  Deodoro Raimundo por sua vez decidiu que Maria Diocleciana era uma porca que comia podrão no primeiro encontro e não queria mais nada com ela não. Ficaram amigos e quando Deodoro se encantou com outra mulher, Maria Diocleciana encantou-se com todos os homens da escola de tiro e com as mulheres também e viveu orgias e bacanais. Deodoro, resolveu então chamar Maria Diocleciana para morar com ele e mudou-se com ela e mais duas mulheres para uma casa velha no interior. Mas Maria Diocleciana não tolerava as outras mulheres. No começo até tentou, mas depois passou a tramar planos de envenenamento e a aproximar-se de ratos e fazer amizade com eles. Ela tentou de tudo para que Deodoro largasse as outras mulheres, mas nada adiantou e então ela soltou mil ratos pela casa nova e expulsou de lá Deodoro e uma das mulheres e ficou com a outra  que ela não era besta. Quando ele se foi, Maria Diocleciana não sabia como controlar seu orgulho ferido e portanto deu um tiro na perna e ficou manca. Ficou manca durante muitos anos, arrastando a perna a cada passo, até que um dia apareceu um médico estrangeiro que passou uma pomada nela e Diocleciana melhorou. Mancava ainda um pouco, mas a pomada aliviava tanto! Era fresca, geladinha, hum...! Mas uma dia acabou e o médico estrangeiro teve que ir embora para buscar mais. Maria Diocleciana sofreu terrivelmente, as dores na perna ficaram mais fortes e piores ao ponto dela não conseguir mais andar. Quando Deodoro ficou sabendo disso apareceu na casa dela, beijou as feridas, passou unguento verde, lavou Maria Diocleciana em água benta. Ela parecia até curada. Ela parecia até feliz. Deodoro acordava cedo, cuidava dela, voltava de noite, dormia com ela. Só que o médico também voltou com as pomadas. Ela não sabia o que fazer. Como não sabia, ficou paralisada vendo as coisas acontecerem. O médico, sentindo-se inútil, foi embora de vez. Deodoro de orgulho ferido arrumou logo outra mulher e desfilou com ela na frente de Maria Diocleciana. Maria Diocleciana foi procurar Edileusa Cotonete para desabafar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dos amores que se acabarão

Um dia eu não vou te amar mais. Um dia eu vou acordar e o fato de não saber de você não me causará nenhum pensamento. Vocẽ não roubará mais nenhum minuto do meu dia. Um dia eu não sentirei mais saudades. Um dia você perderá por completo a capacidade de me humilhar  e, mesmo que tente, não me afetará mais. Outras mulheres não me afetarão. Tua maldade não me tocará. Nem você nunca mais me tocará. Haverá um dia em que alguém irá mencionar seu nome em uma conversa na sala, na parte da tarde, e eu não precisarei mais me retirar, nem fingir que não estou prestando atenção. Seu nome será esquecido. Sua imagem um papel amarelado que não carrega mais nada além de um sopro de lembrança sem força ou mérito.  Não me lembrarei de você. Um dia não haverá mais nada. Você não será capaz de me causar mais nada. E eu estarei branca, em paz.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O nome do bofe da Edileusa é Jasão

Edileusa Cotonete pensava no bofe  lindo demais por quem apaixonou-se perdidamente. Com calças azuis de jeans loucos. Foram tempos loucos aqueles onde Edileusa era rippie e iupa iupa. 
Edileusa Cotonete apaixonada quebra tudo, o bofe querendo ou não.  Edileusa resolveu, em homenagem ao seu bofe, fazer o show daquela noite vestida de Medéia :
- Medéia ama Jasão de maneira tão doente e intensa que  matará o irmão por ele, roubará a família, irá morar em outro lugar; ela terá filhos com ele. Então um belo dia ela vai ficar sabendo que ele vai casar com a filha do rei. e que ela será banida, sem as crianças e sem o Jasão. Bem, ela  fica transtornada e mata a princesa com requintes de crueldade. Até aí tudo bem né, porra matasse mesmo- explica Edileusa- filha da puta riquinha filhinha de papai vem querer meu marido, pai dos meus filhos! Porém contudo, Medéia decide matar também os próprios filhos para atingir Jasão de alguma maneira que ele não se recupere nunca. Ela é filha do Sol e vai embora num carro de fogo. 
Edileusa Cotonete acaba o show em cima do palco com um telão projetando fogo atrás dela.
Depois do show saiu pelos fundos da boate para não encontrar Jasão. Não arriscaria assim a vida de seus próprios filhos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

a morte do amor e a jovem viúva

O amor morreu. Deixou uma jovem viúva de 30 anos. Por isso, avisem por aí: está morto e enterrado, era fraco não suportou ficar junto, não suportou ficar separado. Por favor não deixem de noticiar por aí: o amor está morto! "Só o que se pode fazer é dançar um tango argentino".
A jovem viúva chegou perto do caixão discretamente, o caixão vazio do amor. Era patético que estivesse vazio, mas ela sabia que ele estava realmente morto pois tinha acabado com ele com as suas próprias mãos.
Ela se arrependia, mesmo no momento em que fazia já estava arrependida, mas não pode deixar de fazê-lo. Como não se pode deixar de fazer muitas coisas. Não se pode deixar de sair da casa dos pais por exemplo. Ela não pôde evitar de matá-lo, ela teve que fulminar seu coração com substâncias tóxicas e aterrorizantes. Ele não fez nada. Sua única reação foi receber. Quis que ela ficasse feliz. Pensava nisso enquanto fugia e está escondida em algum buraco no centro da cidade. Agora que o amor está morto, ela não se sente bem. Tem calafrios e crises e usa sempre preto.
Espalhem por aí que a viúva do amor é uma assassina perigosa que não se sente bem . As vezes canta para espantar os males de lembranças asfixiantes. Não pode ser presa. É preciso deixá-la solta, sem amores.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O que tem no whiskas sachê?

Nada aconteceu hoje. Um telefonema. Uma demonstração virtual de afeto. O gato tomou o suplemento vitamínico. Porque eu misturei com whiscas sachê. Com whiskas sachê ele come tudo. Fico me perguntando o que tem nesse sachê. Porque não é o que eles dizem, nunca é. Whiskas sachê provoca paixão. Meu gato seduz, mia, lambe, se enrosca nas minhas pernas, tudo, tudo pelo prazer. Mas isso é amor? Quando se está violentamente apaixonada,  você faz o quê? Deseja que aquilo vire amor? Será que meu gato quer um relacionamento mais sério com o sachê dele? Acho que pra ser amor ele teria que comer todos os dias e nunca enjoar, até agora ele, o meu gato, está comendo. É o momento mais feliz do dia. Um dia faltou. Ele me olhou visivelmente sem entender porque ele já tinha feito todos os procedimentos necessários e mesmo assim, onde estava o sachê? Fiquei arrasada com essa psique toda e fui ao mercado comprar mais sachê pro meu gato, porque se está durando até agora, deve ser amor.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Conversa de bar

Loira-Como você não saiu correndo, menina ruiva?
Ruiva-Eu estava sem capa.
Loira-Como assim sem capa?
Ruiva-Quando ele me beija eu fico tonta, eu fico vesga. Então não é de admirar que eu tenha perdido a capa.
Loira- Você tá vesga agora?
Ruiva- Não agora não, ele está longe e as coisas estão em seus lugares.
Loira- E como faremos para voar agora?
Ruiva- Eu não sei. Você só sabe perguntar. Está há horas aí, horrivelmente, perguntando. Conte algo.
Loira- Vamos velejar sexta. Farei um sarau na quinta. Morreremos hoje.
Ruiva- Interessante. E o que deseja fazer, antes de morrer?
Loira- Desejo ter um orgasmo.
Ruiva- E como faremos para isso acontecer?
( ri muito)
Loira- Não sei. Podemos transar nós duas?
Ruiva- Claro que não.
Loira- Então não sei o que fazer, vamos esperar o godô.
Ruiva- Esse godô nunca vem. Mais interessante seria transar.
Loira- Acontece que nunca fiz isso e não sei como começar.
Ruiva- Posso me deitar e você vem.
Loira- Muito engraçado. Levando em consideração que somos duas fêmeas e posso fazer exatamente a mesma coisa. Deitar e esperar por você. Porém contudo, não quero realmente transar com você.
Ruiva- E posso saber o que é tão repugnante?
Loira- Nada. Apenas o seu jeito de falar.
Ruiva- Como assim meu jeito de falar?
Loira- Não sei explicar. Um certo tom na sua voz.
Ruiva- Isso é ridículo. Você fala sobre coisas que nem entende.  Tom, timbres, coisas relacionadas a uma área que você não possui conhecimento. Por favor, cale-se.
Loira-Isso não é realmente excitante.
Ruiva- Não é excitante, mas é descabido.
Loira- Pode ser se você usar azul.
Ruiva- Uma lingere azul?
Loira- Eu gosto de azul.
Ruiva- Pode ser verde?
Loira- A conta.

 Fim

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A queda

Tem uma ponte. Eu subo nela. Vou caminhando devagar porque essa ponte não existia antes. É inclusive muito estranho pra mim essa ponte aqui. Mas eu quis sempre ver o outro lado que sigo. E de repente tem uma falha. Tem um vácuo no meio da ponte. Acho que na verdade eu nunca tive fé que realmente chegaria do outro lado. Essa ponte era de quê? De madeira, de tecido, de algodão? Hum, acho que era algodão doce. Que pena, eu queria ver o outro lado. E agora estou caindo. Quando Alice cai no buraco, as coisas passam aos montes mas a queda é devagar. Isso faz parecer que é uma boa sensação. O amor é muito valioso, mesmo quando está embaçado. Porém eu não estou usando nada hoje. Só meu chanel número 5. Fico tentando avaliar, sim eu tenho quase tudo que sonhei, mas apenas quase. E se todas as luzes fossem apenas uma?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Os salvadores de carpas

Foi depois que arrumamos tudo para evitar que o mundo se desmanchasse de novo sob nossos pés. Que nós não queriamos mais mazelas nem dores, a gente só queria um tempo, onde nada nos incomodasse e ainda fossemos tratados como reis. A dona de tudo, tudo viu, cuidou de nós. E continuamos a caminhar muito em silêncio, cada um com seu ritual matinal, de mascaração. E estavam lá, as carpas morrendo afogadas.Os caramelos ficaram carentes e desataram a pedir um abraço, uma companhia. Então fiquei ali.  Eu agi como insensível que sou ao sofrimento das carpas, mas um de nós viu logo que algumas carpas ainda estava vivas e foi cumprir sua missão de preservar coisas belas. Fiquei observando meu amigo pegar uma carpa, colocar num balde, descer uma ladeira, atravessar uma ponte, jogar a carpa na cachoeira e ficar prestando atenção se ela sobrevivia. Depois ele subiu e fez isso de novo, diversas vezes, sem ajuda. Eu poderia ter ajudado, mas eu não quis. Eu fiquei observando um bolinho de flores azuis no canto e pensando: ora, não somos capazes de tudo mesmo?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Amorzinho

 Acabei de ver Amorzinho, um conto de Tchekhov, no Glauce Rocha.  Eu sou Olenka. Eu necessito de um objeto de amor para viver.  Fiquei emocionada de ver o Lolô, um dos meus mestres queridos, lá em cima, vivendo vários personagens, criança e velha, não sei, ali em cima não existe idade, não existe sexo, o ator não tem idade. Acho que o mais importante dessa peça, dentre muita coisa, é que ela me tocou. E não é pra isso que teatro serve? Para nos tocar? Toque em alguém e cumprirá sua função. Até porque do texto do Tchekhov você sempre espera coisas bonitas, incompletas e com aquela cara dele em algum lugar que não sei explicar direito. Eu sou Olenka, eu rejuvenesço quando amo, fico radiante e o objeto do meu amor é tudo que interessa. E quando ele se vai, eu me sento numa cadeira olhando as estrelas e não consigo dormir como as galinhas. Eu sou Olenka, a neve é só a neve quando o amor não está ali. E não é assim com cada um de nós? Lindo gente, lindo.

Peripécia do dia: lidar com o chefe da empresa de advogados mantendo a longanimidade.
Poesia do dia: no palco do Glauce Rocha, por todos os lados.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Hoje


O sol está claro e forte lá fora, espero. Podemos nos curar de uma dor e voltar a ela sem consequências? Estudei que astrologicamente, estou passando pelo portal cinco e após meu aniversário entrarei no portal sete. O que significa mais ou menos que vou entrar numa caverna, de encontro com Deus. Como não sou nem leão, nem virgem, sou uma coisa cúspide, bem posso dizer que durante quase toda a vida fui muito mais leonina que qualquer outra coisa, mas de uns tempos pra cá quando leio meu horoscopo de leão, não tem nada a ver e quando leio virgem fico: ah tá, é mais por aqui hoje. Bom, o portal cinco é o portal das mudanças, e eu me mudei muito ultimamente, mas agora estou morando sozinha e essa instabilidade acabou ( pelo menos por algum tempo). É engraçado como a intensidade das coisas não tem realmente a ver com prazos. Você pode passar anos com uma pessoa e ela te atingir, e ficar pouco tempo com outra e ser arrebatada. Bom, talvez não completamente porque estou exercendo o autocontrole como posso. Para não enlouquecer. Sempre tive medo de ficar como uma vizinha que tinha quando era criança, que enlouqueceu de amor. Tantas dores no mundo, tantas mazelas piores, nem sei se meu caso clínico de amor se trata de uma mazela, mas acho que tudo que te deixa triste não deixa de ser uma mazela dos infernos. "Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida". Mais que saudade do amor, sinto saudade de companhia. E acho que sim, a idade muda a gente porque não tenho mais vontade de ficar, depois que vi como é ter alguém que te ama e te respeita, não aceito menos. Muitas coisas porém não são menos, são muito, mas
“muito pra mim é tão pouco, e pouco eu não quero mais”. E tenho dito.
Não fiz nenhuma peripécia hoje, quem dirá uma poesia.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Um gato chamado Napoleão

Sentei num banco esperando o ônibus, por volta das 22h, numa rua movimentada de Fortaleza. Antes de sentar, vi um gato preto e branco perto do ponto de ônibus. Era grande, gordo, um pouco sujo, mas bem podia ser o Napoleão. Então pensei, vou sentar, se ele vier sentar aqui do meu lado, é o Napoleão. O gato veio e sentou. Ficamos em silêncio por um tempo, Napoleão e eu. Olhei com atenção, mas sem ser muito direta pra ver o rabo e as patas dele. Napoleão tinha um ponto branco na ponta do rabo, tinha um bigode meio Chaplin e nas patas dianteiras, duas luvas, uma comprida e outra abaixada. Fiquei fazendo carinho nele e me explicando:
- Foi isso, tive que ir, entendo você ter ido embora também, mas ainda não posso te levar. Não sei se entenderá isso e provavelmente não, mas um dia eu volto, e se você ainda estiver vivo, quiser ficar comigo, eu ficarei feliz. Entenda, é a vida, você sabe bem.
Dito isso, subi no ônibus sem olhar para trás. Durante toda a conversa ele não pareceu pensar que eu o levaria, mas os olhos tristes de um gato, ninguém aguenta .

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A saudade do primeiro amor

Ele já passou faz tanto tempo e no entanto eu escuto a voz mansa e pausada dele no meu cangote. Parece que em algum lugar no tempo eu sempre fiquei com ele. Claro, a historia não é assim e ele já é outro, mas em algum lugar, é sempre Natal com brisa e ele muito apaixonado. Nem sei dizer a hora mais linda dele. Talvez no dia que o conheci porque foi o amor. Mas depois, o amor sempre será lindo e mesmo sem grana, dentro de um ônibus pra ver o mar, eu o amava descompassadamente. Nunca mesmo vou entender como ele deixou de me amar, mesmo olhando nos olhos do filho dele, mesmo olhando nos olhos dele e não vendo nada daquilo, eu prefiro estar com ele num clube qualquer, depois de um show, conhecendo o sexo pela primeira vez, cheia de amor, inundada de tanto amor, carregada nos braços e cheirada, beijada, desejada. Eu sei que o tempo passou, eu sei que somos outros, mas uma das maiores belezas da vida é o amor que sentimos quando somos muito jovens e cheios de tudo. Então eu fecho os olhos, entro no quarto pequeno, olho pro teto e tudo está bem, ele sussurra uma música, mas só sussurra pois é muito novo e não tem segurança pra cantar, eu sorrio por dentro, ele me abraça forte e nunca mais dormimos, estamos sempre fazendo amor.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Passe livre

Meu amor não gosta de perfis na internet, nem de nada que dê muitas informações sobre a vida dele. Ele acha que se houver uma guerra, pelo facebook eles vão saber tudo da tua vida e podem te matar e a todos os teus amigos. Considerando o que já aconteceu nas guerras, é bem possível. Eu estou cada vez mais distante da visibilidade que buscava. Deve ser fase, estou em casulo. Hoje me peguei sendo agressiva mesmo sem ter intenção. Gostaria de evitar muitas coisas. Estou com passe livre de poesia. Não tem poesia em mim agora, só se for escondida. Tudo está absolutamente normal. Acho que não curto ser normal mesmo que machuque menos. Meu amor tem uma teoria de que todo mundo sofre de uma loucura e finge que não é louco para os outros. Eu finjo que não presto atenção mas escuto. Mas essa é só uma das minhas loucuras. Agradeço pelo meu amor. E por ter uma casa. Sinto saudades de casa. Nunca tive paciência de aprender a tocar um instrumento. Nem de assistir às aulas de direito civil. Nem de esperar me formar e passar num concurso foda pra partir pros meus sonhos.  Nunca tive paciência pra nada. Estou buscando uma proximidade meio narcisista comigo mesma pós alvoroços entre sucessos e derrotas. As vezes fico me perguntando se as pessoas que se sentem bem sucedidas sentem vazios do nada. Por que o ser humano vem com vazios que nada preenche? Eu estou com um escoçês hospedado aqui (nunca nem achei que ia conhecer um escoçês na vida). Acho que estou muito internacional, mesmo sem falar nem francês, nem inglês que preste. Mas ainda assim foi o que consegui, sem dramas. Hoje estou normal, sem dramas. Acho que as mentiras simplesmente não vieram na minha bolsinha. Queria um cigarro, mas parei de fumar.

Hoje só ouvindo Alanis. Acho que sempre vou gostar de música velha. Pra quem quiser...

http://www.youtube.com/watch?v=hGjaaQAvSTA&feature=BF&list=MLGxdCwVVULXcZgTI8_AUbVYhyOrLSlbDl&index=13

domingo, 2 de janeiro de 2011

A vida

Eu mudei esse ano várias vezes e continuo. Percebo que quando estou feliz não tenho nada a dizer. Mas insisto porque amo os poetas que trazem alegria pro seu coração, que "te levam a Deus". Gostei de ver a posse da Dilma. Ela não me pareceu deslumbrada. E não posso deixar de dizer que acho mesmo muito bom que uma mulher vire presidente depois de milhões de anos nesse mundo. E que só isso já é uma quebra de padrões. Eu amo a história da mulher. Eu saí do orkut porque tinha um cara me mandando propaganda diariamente e eu nao queria mais ver a cara dele (nem virtualmente) e agora estou com saudade de alguns amigos que só me contactava por lá. Que me liguem, que me liguem amigos, que o ano de 2010 foi só de emoção e nos 25 minutos finais a coisa ficou quente. Bom pelo menos era a Daniela Mercury quem estava cantando, e o fogos foram lindos mesmo, coisa de cinema. Acho que ainda não fiz nenhuma peripécia em 2011 mas a Dilma já fez, com certeza.

 E a poesia, vamos juntas, com coragem!

“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim:
esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.
O que Deus quer ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais,
no meio da alegria, a ainda mais alegre ainda no meio da tristeza!
Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito – por coragem.”
(Guimarães Rosa)

Adeus, viúva morta

Viúva morta, segue de preto cabelo escovado passa água de colônia passa batom vermelho ou violeta viúva morta, eu não te amo viúva m...