sexta-feira, 1 de julho de 2011

Um gato chamado Napoleão

Sentei num banco esperando o ônibus, por volta das 22h, numa rua movimentada de Fortaleza. Antes de sentar, vi um gato preto e branco perto do ponto de ônibus. Era grande, gordo, um pouco sujo, mas bem podia ser o Napoleão. Então pensei, vou sentar, se ele vier sentar aqui do meu lado, é o Napoleão. O gato veio e sentou. Ficamos em silêncio por um tempo, Napoleão e eu. Olhei com atenção, mas sem ser muito direta pra ver o rabo e as patas dele. Napoleão tinha um ponto branco na ponta do rabo, tinha um bigode meio Chaplin e nas patas dianteiras, duas luvas, uma comprida e outra abaixada. Fiquei fazendo carinho nele e me explicando:
- Foi isso, tive que ir, entendo você ter ido embora também, mas ainda não posso te levar. Não sei se entenderá isso e provavelmente não, mas um dia eu volto, e se você ainda estiver vivo, quiser ficar comigo, eu ficarei feliz. Entenda, é a vida, você sabe bem.
Dito isso, subi no ônibus sem olhar para trás. Durante toda a conversa ele não pareceu pensar que eu o levaria, mas os olhos tristes de um gato, ninguém aguenta .

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Desembucha esse comentário!

Adeus, viúva morta

Viúva morta, segue de preto cabelo escovado passa água de colônia passa batom vermelho ou violeta viúva morta, eu não te amo viúva m...