segunda-feira, 12 de julho de 2010

Maria Diocleciana hoje.

Maria Diocleciana só tem uma perna e manca da outra. Coleciona vários ratos de estimação com rodas que os tornam velozes como um carrinho de pressão. Maria Diocleciana tem medo do Betão por conta dos seus cabelos grisalhos- enrolados- e- grandes. A única maneira mesmo de fazer com que ela fique quieta, ela fica estática e imóvel e aterrorizada com a visão da cabeça enorme cheia de cachos duros e meio brancos se movendo em sua direção. Porém hoje, na ausência dele, Maria Diocleciana buscando controlar-se, monta guarda para puxar o cabelo de todos os meninos de 12 anos que passarem pela esquina da Igreja da Matriz, que fica ali perto do centro de Independência. Ela vai pra praça em torno de 18h, com o consentimento do sol e, quando os meninos de 12 anos começam a sair pra se juntar na praça e ouvir as músicas do álbum Thriller, ela põe-se a puxar o cabelo deles para frente e para trás 3 vezes em movimento contínuo até se acalmar. Os meninos não se vingam porque não acham confiável bater em pessoas que tem ratos com rodas. E ela faz isso para lembrá-los que aos 13 eles poderiam acusá-la de abuso sexual mesmo com toda a contribuição que ela trouxesse ao mundo. Isso por conta do dinheiro e porque nossas mentes simplesmente não estão prontas para o amor. Maria Diocleciana nunca achou um motivo convincente para ter o nome que tem, mas tem, vai fazer o quê. Dirige uma dedez verde gafanhoto e ouve sempre a Janis Joplin para se sentir normal. Quando não é dia de puxar cabelo, nem de esperar o Betão, ela gosta de ficar andando pela cidade contando os quarteirões e quantas vezes ela consegue ver o Denis e o Dudu, que são os irmãos que ela namora cada semana com um. Agora ela vai passar na frente do bar que eles dois trabalham pra ver qual deles está de plantão hoje.

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