quarta-feira, 14 de julho de 2010

Maria Diocleciana questiona seu nome

Maria Diocleciana resolve que hoje vai cobrar uma explicação cabível para seu nome. Então ela acorda, prepara o seu café com ovos e se dirige para a rua. Uma xícara na mão e os ovos, dois ovos, na outra. Ela caminha e por conta de sua perna manca, o café vai caindo e queimando o braço dela. Ela percebe mas não liga pois pelo menos é alguma coisa quente. Maria Diocleciana caminha ao redor da praça onde os meninos de 12 anos jogam futebol de salão e eles todos começam a gritar quando ela passa, mas hoje ela não tem paciência pra jogar futebol- ela joga na zaga- e passa reto pois está determinada a falar com a responsável por esse nome sem pé nem cabeça. Quando Maria Diocleciana pára, está em frente a uma casa de muro baixo, pintada de verde, cheia de crianças catarrentas brincando na área. Ela sente um pouco de medo pois quem sabe que nó aquela que está indo encontrar dará na sua cabeça dessa vez? Bem, ela bate na porta que se abre antes de ser tocada com um vendaval digno de ventilador gigante armado por trás. Na verdade Maria Diocleciana já conhecia bem aquele truque de Edileusa Cotonete de deixar um ventilador ligado atrás de todas as portas para que quando ela aparecesse fosse sempre cheia de frescura. Mas como disse, quando a porta se abriu só estava o vento e ela entrou lá se perguntando que tipo de armadilha seria aquela.

peripécia do dia: juntar Edileusa Cotonete com Maria Diocleciana.

poesia do dia: Manoel de Barros.

Uma chuva é íntima
Se o homem a vê de uma parede umedecida de moscas;
Se aparecem besouros nas folhagens;
Se as lagartixas se fixam nos espelhos;
Se as cigarras se perdem de amor pelas árvores;
E o escuro se umedeça em nosso corpo.

Um comentário:

  1. É isso Nirley! Nossos nomes... nossas vidas, são apenas ventos de ventilador e chuvas de regador... Um beijo de espanador... pra espanar a dor, Laura

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