domingo, 25 de agosto de 2013

Os 32 anos de vida

Esse ano eu encarei a chegada do aniversário com cautela. Tentei passar despercebida. Mas estou aqui escrevendo sobre eles, os 32, pois para mim nunca me parecem suficientes os momentos. Em alguns aspectos a minha racionalidade e meu coração estão exaustos de tanto divergirem. E meu duplo já passou por algumas panes, quedas e consertos.
Estamos mais próximos do que queremos ser na década de 30?  Eu ouvi que aos 30 sabemos com precisão quem somos. E nessa véspera de aniversário, um dia  não sei exatamente provocada e atravessada  por quais acontecimentos terríveis, acordei lúcida como se já tivesse passado minha vida toda e soubesse cruelmente de tudo antecipadamente. Não tenho medo da vida. Tenho medo do amor não voltar pra minha vida, mesmo que quando apaixonada  me sinta apavorada e sempre pisando em chão de fogo.
Nunca achei que a vida seria felicidade eterna, não acho a felicidade possível se todos somos responsáveis por tudo e se, em milhões de anos, a humanidade nunca conseguiu avançar sem oprimir, destruir e escravizar, seria muito improvável que justamente na minha existência, na época ínfima historicamente em que eu faria parte desse mundo, que a humanidade encontrasse a utopia. Mas a minha avó tem uma teoria que achei mais inteligente aplicar à minha vida: a de que ela, a vida, há que ser de alegria. Então por piores que sejam as notícias, encontrarei no final do arco-íris um amigo para brincar.  Na verdade isso é o melhor desse texto, agradecer aos amigos, pois tenho amigos que são como jóias raras e maravilhosas. A propósito, obrigada.
Aos 32 acho minha vida uma bagunça, não encontro solução para minhas questões,  tudo que achei que estaria estabilizado nessa idade está pendente: minha carreira, minha saúde, minha família, meu amor; e ao mesmo tempo, sei de tudo. Sou o próprio Deus  e estou  tranquila, como se acordasse de um sono de remédios brancos.

Um comentário:

  1. A delicada crueza desse texto não o torna menos doce. E ele reflete como eu vejo você: uma sensibilidade quase frágil envolta por uma firme camada de total liberdade e muita coragem. Eu te respeito. Eu te admiro. E eu te amo muito. Muito. Carol.

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