sábado, 6 de abril de 2013
E Hoje, a eterna dúvida
O desejo nunca é seco, é sempre molhado e doce, mesmo que não seja.
A carência de sentido lhe anima. Quando fica assim feito bicho, só música acalma. Música e triste céu. Para ela conseguir chorar a profundidade da vida. Ela não consegue sempre e espera que nunca saibam suas razões.
Acontecia de novo e tudo morria no outro dia. O todo volta a um minuto antes em play black imediato. “Eu vi a cara da morte e ela estava viva”.
DOR Quando você foge de mim é tão nítido. E me dói tanto que você fuja. Fica doendo.
Normalmente fugia antes, mas algumas vezes fugia um segundo depois. Essas eram as piores porque aí percebia que nunca tinha fugido, que nunca realmente conseguia fugir. Manteve tudo camuflado. Se pudesse pulava sobre ele, lambia. Deslizava nua pelo corpo todo suado dele de tanto machucar o dela. O Dele. Dela. Sentia que tudo saia de controle, nem sempre controlava tudo. Estava com sons de violinos e guitarras elétricas e o toque dele lhe embaçando toda. Não podia chegar perto demais. Algumas vezes não sabia se estava enganado a si para o bem ou para o mal.
Noite triste, dezembro de 2006.
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