sábado, 27 de outubro de 2012

Pequeno conto do amor perdido


Não entendia porque sempre crescia mais pele. Uma pele ia caindo sobre a outra formando uma cascata. Não sabia que gosto tinha, mas sentia o cheiro.
Gostava.
Esfregava no nariz os dedos para sentir o cheiro. Bonito não era, mas era forte. Tão forte que algumas vezes até parecia bonito. Não sabia onde ele estava hoje. Não se importava tanto. Parecia que tinha uma obrigação de se importar, mas no fundo nem ligava, estava sentindo o cheiro. Será que algum dia a pele ia parar de cair?

Madrugada quente no Rio, outubro de 2006.

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