sábado, 28 de abril de 2012

A frase da infância

     Era um corte, chamava-se assim, o corte, em Independência mesmo, um corte no meio da cidade, depois da praca, foi lá que ela me disse isso, foi lá que ela me tratou assim, e saí correndo porque eu gostava muito dela e em casa meu pai correu atrás:
     - O que foi? O que foi?
     E quando contei ele disse:
     - A verdade dói,  não é?  
     - Porque não gosto de gente espelcute que nem você! Não gosto de gente amostrada e é isso que você é.
         Ah, toca Raul! E ainda tenho que ouvir discussões sobre os 30 anos. Os 30 anos meu amor eu vou te dizer, é quando você pensa, ai meu Deus agora eu tenho que correr, eu tenho que usar meu cérebro, meu corpo, minha alma, ai meu Deus, meus 30 aninhos amém ( com um coro atrás, romano, sabe, romano que eu sou do teatro tá meu amor, do teatro!) e também não estou nem aí pro funk e pro forró, to aqui loira e japonesa subindo no meu salto marrom, o dia que comprei esse salto eu tava tão feliz meu bem, eu tava radiante sabe, eu brilhava a cada passo, ele foi comigo, tava lindo, lindo. Hoje não, hoje eu to mais pra outro lado, "essa cegueira seletiva tão blazê é de lascar, ainda vai te apresentar o chão! " eu to mais assim sabe meu amor, essa coisa de passos de tango, é forte, sensual e cheio de paixão, mas tem uma tristeza de pneumotorax.
       

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