Sentei num banco esperando o ônibus, por volta das 22h, numa rua movimentada de Fortaleza. Antes de sentar, vi um gato preto e branco perto do ponto de ônibus. Era grande, gordo, um pouco sujo, mas bem podia ser o Napoleão. Então pensei, vou sentar, se ele vier sentar aqui do meu lado, é o Napoleão. O gato veio e sentou. Ficamos em silêncio por um tempo, Napoleão e eu. Olhei com atenção, mas sem ser muito direta pra ver o rabo e as patas dele. Napoleão tinha um ponto branco na ponta do rabo, tinha um bigode meio Chaplin e nas patas dianteiras, duas luvas, uma comprida e outra abaixada. Fiquei fazendo carinho nele e me explicando:
- Foi isso, tive que ir, entendo você ter ido embora também, mas ainda não posso te levar. Não sei se entenderá isso e provavelmente não, mas um dia eu volto, e se você ainda estiver vivo, quiser ficar comigo, eu ficarei feliz. Entenda, é a vida, você sabe bem.
Dito isso, subi no ônibus sem olhar para trás. Durante toda a conversa ele não pareceu pensar que eu o levaria, mas os olhos tristes de um gato, ninguém aguenta .
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